Formações

FORMAÇÃO À DISTÂNCIA
EMEF ALBINO DIAS DE MELO


FORMAÇÃO REFERENTE AO MÊS DE NOVEMBRO/ 2012
PRESENCIAL COM O TEMA "A CULTURA AFRO-BRASILEIRA NO COTIDIANO ESCOLAR".
 
 
FORMAÇÃO REFERENTE AO MÊS DE OUTUBRO/ 2012
AS ESCOLAS COMO ESPAÇOS DE FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DOS PROFESSORES: DESAFIOS E EXIGÊNCIAS

No mundo e nas escolas em que habitamos os desafios e as exigências que se colocam aos docentes são de tal forma diversos e imponderáveis que não se pode continuar a responsabilizar apenas programas de formação inicial ou os projetos de formação continuada como os únicos instrumentos disponíveis para se promover o desenvolvimento profissional dos professores. As escolas podem e devem ser entendidas e geridas, também, como espaços de formação, desde que aí se estimule e se apóie a reflexão crítica dos docentes sobre as suas práticas profissionais e as dinâmicas educativas e administrativas que têm lugar nesses contextos. Desta forma reconhece-se o vínculo existente entre a necessidade dos professores se afirmarem como profissionais reflexivos (ALARCÃO, 1996; SCHÖN, 1995; ZEICHNER, 1993) e a das escolas se construírem como organizações aprendentes (FULLAN7HARGREAVES, 2000).
Estas necessidades decorrem, em primeiro lugar, do reconhecimento da dificuldade de se estabelecerem consensos sociais suficientemente alargados e isentos de contradições, tanto acerca das finalidades da educação escolar, como acerca do modo de as concretizar. Necessidades que se afirmam, também, em função de se saber que as exigências de formação dos alunos são outras, mais complexas e ambiciosas e, por isso, os professores já não possuem respostas prévias e acabadas, seja pela heterogeneidade de públicos escolares, que é suposto terem que conhecer e reconhecer, seja em situações pedagógicas inéditas e, de algum modo, imponderáveis.
A profissão docente é, hoje e por isso, uma profissão de risco porque os professores se confrontam com um mundo onde o conhecimento e os instrumentos de acesso a este mundo se encontram num processo de transformação tão diversificado, tão plural e tão veloz que, por vezes, é difícil a assunção do papel de interlocutores suficientemente qualificados. É perante este conjunto de dificuldades de intervenção que os professores são obrigados a trabalhar de forma cooperada para enfrentarem esses problemas, encontrando soluções e animando projetos consequentes de intervenção educativa. Esta não deixa de ser mais uma situação que contribui para os expor aos olhos dos outros, não só através das respostas que encontram, como em função também das suas dúvidas, dos seus receios e dos seus insucessos.
É deste ponto de vista que as escolas terão que ser entendidas como espaços de formação. Nestes as vivências e a experiência profissional de cada professor podem constituir um instrumento a serviço de uma reflexão que se constrói em cooperação, a partir dos projetos, dos desafios e das incertezas vividos no cotidiano de uma sala de aula. Trata-se de um projeto cujos riscos não podemos negligenciar, sobretudo os que têm a ver com o equívoco de conceber a reflexão dos professores como sendo auto- suficiente, construída, unicamente, através de uma relação produtiva com as experiências profissionais dos docentes. Desvaloriza-se, assim, a importância de saberes pedagógicos de referência que podem sustentar aquela reflexão. São essas experiências que estimulam, de fato, a reflexão, enquanto operação nuclear do projeto de formação que temos vindo a defender, ainda que não garantam, só para si, a sua qualidade e pertinência. É que essas mesmas experiências só poderão ser entendidas de forma mais ampla e complexa, quanto às suas causas, dinâmicas e implicações, se forem suportadas por instrumentos conceituais e procedimentos credíveis de abordagem da realidade. Isso permitirá aos professores construírem uma reflexão tão coerente quanto possível e capaz, por isso, de sustentar opções e respostas produtivas.
Importa referir, no entanto, que aqueles instrumentos e procedimentos não são um fim em si mesmos. São uma via que deverá permitir que os professores assumam uma outra intencionalidade educativa na sua ação como docentes, condição necessária para poderem assumir uma atitude proativa face aos desafios e exigências profissionais com que se defrontam. Deste modo, poderão participar, afinal, na construção do patrimônio de saberes profissionais na área da docência, confrontando as suas representações e saberes com as abordagens teóricas através das quais se expressa o que é tido como conhecido no campo da educação.
Atualmente, educar na escola pública exige muito mais do que lousa e giz. É necessário levar em consideração a transformação do mundo em aldeia global e a escola deve criar condições para aprendizagens significativas que favoreçam a informação e a comunicação. Isso sem perder de vista sua responsabilidade na formação da consciência dos indivíduos.
O enfoque à escola pública é pertinente porque nela ocorre a educação da maior parcela da população brasileira. Assim, há que se remeter aos elementos que a compõem: alunos, a quem a educação é dirigida; profissionais da educação, a quem competem realizar essa importante tarefa; e comunidade, que também possui sua parcela de responsabilidade no contexto social.
Considera-se o aluno como principal protagonista da escola e os atores sociais envolvidos no contexto escolar devem criar um ambiente propício ao seu desenvolvimento, ao exercício da cidadania e sua preparação para o trabalho, como preconiza a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira.
Em relação aos profissionais da educação, almeja-se que eles cumpram sua tarefa, e para isso, são importantes sua formação profissional, competência e compromisso. Em contra partida, formação continuada em serviço, condições materiais dignas ao desenvolvimento de um trabalho coerente e salário compatível são questões que devem ser levadas em consideração ao se exigir do profissional de educação melhoria da qualidade de ensino nas escolas públicas.
Destaca-se a importância da participação da comunidade no ambiente escolar porque a educação não se faz sozinha. É necessário o envolvimento de todos para uma educação pública que se deseja ser de qualidade para todos. Além disso, à escola pública são transferidas várias tarefas e incumbências que canalizam outras carências da população e ampliam atribuições escolares.

Revista Aprendizagem: a revista da prática pedagógica. Ed. N° 2/ setembro- outubro 2007
Autoras: RosaniPuia de Souza Pereira/ Ariana Cosme

QUESTÕES REFERENTES AO TEXTO:

1.      Na sua opinião, quais são os maiores desafios da profissão docente atualmente? Você considera que sua formação acadêmica contempla esses desafios?

2.      A partir de sua experiência profissional e de acordo com o texto, que iniciativas podem ser tomadas para que o ensino na escola pública melhore?

3.      Expresse sua opinião sobre a seguinte afirmação: “... à escola pública são transferidas várias tarefas e incumbências que canalizam outras carências da população e ampliam atribuições escolares”.

 
FORMAÇÃO REFERENTE AO MÊS DE SETEMBRO/ 2012

Interdisciplinaridade: um avanço na educação
Em grandes grupos, em dupla ou até mesmo sozinho é possível integrar diferentes matérias e levar os alunos a compreender plenamente os conteúdos curriculares

Há três anos, um apagão obrigou a população a racionar energia e o Brasil a buscar alternativas. A crise, mostrada à exaustão nos noticiários, passou a ser o centro das discussões nas salas de aula. Seis professoras do Colégio Santa Maria, de São Paulo, foram além e se reuniram em torno de um projeto interdisciplinar. Desde então, os alunos estudam fontes alternativas de energia, produzem aquecedores solares e ensinam a população a utilizá-los. O sucesso do projeto se explica principalmente porque os conteúdos de Ciências, Matemática, Geografia, Língua Portuguesa, História e Ensino Religioso foram colocados a serviço da resolução de um problema real, de forma integrada. Um ambiente de aprendizagem como o que se formou no Santa Maria também pode nascer em sua escola. Essa abordagem interdisciplinar só acontece quando os conteúdos das disciplinas se relacionam para a ampla compreensão de um tema estudado. "A relação entre as matérias é a base de tudo", afirma Luís Carlos de Menezes, professor da Universidade de São Paulo. Muita gente acha, porém, que basta falar sobre o mesmo assunto para trabalhar de forma interdisciplinar. "Isso é apenas multidisciplinaridade", esclarece o consultor em educação Ruy Berger, de Brasília (ver quadro). Ao utilizar os conhecimentos de outras áreas que não são de seu domínio, você pode encontrar dificuldades. Mas aprender com os colegas é uma das grandes vantagens dessa prática, que estimula a pesquisa, a curiosidade e a vontade de ir aos detalhes para entender que o mundo não é disciplinar. A realidade é um banco de ideias.

O caminho mais seguro para fazer a relação entre as disciplinas é se basear em uma situação real. Os transportes ou as condições sanitárias do bairro, por exemplo, são temas que rendem desdobramentos em várias áreas. Isso não significa carga de trabalho além da prevista no currículo. A abordagem interdisciplinar permite que conteúdos que você daria de forma convencional, seguindo o livro didático, sejam ensinados e aplicados na prática — o que dá sentido ao estudo. Para que a dinâmica dê certo, planejamento e sistematização são fundamentais. Ainda mais se muitos professores vão participar. É preciso tempo para reuniões, em que se decide quando os conteúdos previstos serão dados para que uma disciplina auxilie a outra. Por exemplo: você leciona Ciências e vai falar sobre consumo de energia. Para realizar algumas atividades, é imprescindível as crianças conhecerem porcentagem, que será ensinada pelo professor de Matemática. Quando as disciplinas são usadas para a compreensão dos detalhes, os alunos percebem sua natureza e utilidade.

Projetos interdisciplinares também pedem temas bem delimitados. Em vez de estudar a poluição, é preferível enfocar o rio que corta o bairro e recebe esgoto. A questão possibilita enfocar aspectos históricos, analisar a água e descobrir a verba municipal destinada ao saneamento. Quantas disciplinas podem ser exploradas? É possível que um caso assim seja trazido pela garotada. Convém não desperdiçar a oportunidade mesmo que você não se sinta à vontade para tratar do assunto. Não precisa se envergonhar por não saber muito sobre o tema. Mostre à classe como é interessante buscar o conhecimento. "A formação continuada do professor não se resume a realizar um curso atrás do outro, mas também ler diariamente sobre assuntos gerais", complementa Berger. Dessa maneira, ele aprende a aproveitar motes que surgem em sala e que tendem a ser produtivos se abordados de forma ampla.

No livro Globalização e Interdisciplinaridade, o educador espanhol Jurjo Torres Santomé, da Universidade de La Coruña, afirma que a interdisciplinaridade dá significado ao conteúdo escolar. Ela rompe a divisão hermética das disciplinas. Se a sua escola não trabalha dessa maneira, experimente lançar a discussão em reuniões. Outra opção é deixar seu planejamento à disposição para que os colegas saibam que matéria você dará e em que momento. Assim, os interessados podem se organizar para agir em conjunto. A coordenação tem um papel mediador, sugerindo parcerias e provocando o diálogo. Esse tipo de trabalho pode até ser feito por apenas um professor. Mas, nesse caso, a equipe estaria perdendo uma ótima oportunidade de obter resultados mais significativos.

Nesta reportagem, apresentamos três exemplos de projetos interdisciplinares. Além da experiência em grupo do Colégio Santa Maria, de São Paulo, você vai conhecer uma dupla de Goiânia que só tinha a hora do cafezinho para planejar um projeto conjunto e uma professora de Ribeirão Pires (SP) que, sozinha, recorreu aos conteúdos de outra disciplina para aumentar o interesse pelas aulas.

Um grupo de mãos dadas para ensinar
Quando o apagão de 2001 forçou milhões de brasileiros a reduzir o consumo de energia elétrica, a professora de Ciências Maria Lúcia Sanches Callegari, do Colégio Santa Maria, em São Paulo, fez uma proposta às 5ªs séries: construir um aquecedor solar (veja modelo didático). Logo a idéia despertou o interesse de outras cinco professoras. Todas se envolveram e, utilizando o horário reservado para o trabalho coletivo, montaram um projeto conjunto, que vem se repetindo anualmente. Para conciliar tantas disciplinas, o planejamento é feito logo no início das aulas. Dessa forma, os professores abordam conteúdos de seu currículo de acordo com as etapas da construção e da instalação do aquecedor.

A professora de Geografia trabalhou o clima brasileiro e conceitos de orientação utilizando a bússola, para que todos localizassem o norte, direção para onde a placa do aquecedor deveria estar voltada ao ser instalada sobre as casas. A de Matemática pediu uma pesquisa sobre o consumo de energia dos eletrodomésticos e explorou conceitos de proporção ao calcular com a garotada o tamanho das placas solares de acordo com o volume das caixas d'água.

Em História, foram resgatados os motivos econômicos que causaram a degradação do meio ambiente brasileiro. Nas aulas de Ciências, os estudantes pesquisaram as fontes de energia no país e quais alternativas apresentam menos impacto ambiental. Com a professora de Língua Portuguesa, eles bolaram questionários para entrevistar as famílias que receberiam o equipamento. O objetivo das aulas de Ensino Religioso foi orientar os estudantes no contato com a comunidade, para que eles compreendessem as razões das diferenças entre a realidade deles e a dos moradores de bairros carentes. "A idéia de doar os aparelhos para a população foi das próprias crianças", lembra a orientadora da 5ª série Ivani AnauateGhattas.

As avaliações também são formuladas de maneira interdisciplinar. Em História, por exemplo, os estudantes são desafiados a discorrer sobre o extrativismo predatório ocorrido no Brasil Colônia. Além disso, o objetivo é levá-los a associar os prejuízos ao meio ambiente que hoje ameaçam a qualidade de vida, conteúdos que, na teoria, fariam parte do programa de Ciências. Além de confirmarem que a fórmula tem sido vitoriosa no que se refere à aprendizagem da turma, as seis professoras contabilizam ganhos pessoais. "Temos aprendido sempre para colocar nosso conhecimento a serviço dos estudantes", afirma Maria Lúcia.

Sem tempo, dupla se reúne na hora do café
Um dos conteúdos de Ciências é o sistema respiratório. Nas 7ªs séries do Colégio Estadual Juvenal José Pedroso, em Goiânia, os esquemas mostrando o pulmão, a faringe e o nariz não estavam sendo suficientes para chamar a atenção dos alunos da professora Cleusa Silva Ribeiro. Uma parceria sugerida pela professora de Língua Portuguesa, Paula Rodrigues Garcia Ramos, deu um novo enfoque ao tema e às aulas. Na escola onde as duas lecionam, a interdisciplinaridade não é prática, até por falta de tempo. Cleusa e Paula dão aulas em mais de um período. "O jeito foi nos encontrarmos nos intervalos, nos corredores, na hora do café ou dar uma fugidinha de vez em quando até a sala da outra", conta Cleusa. A dupla sugeriu aos adolescentes que fizessem histórias em quadrinhos sobre o que estavam estudando nas aulas de Ciências. O pulmão e a laringe ganharam braços, pernas, olhos e bocas e tornaram-se personagens. "Trabalhamos as figuras de linguagem e estudamos estruturas de diálogo. Para elaborar o texto, eles tinham que dominar bem o conteúdo de Ciências. Deu certo", avalia Paula.

O projeto tomou mais consistência quando os estudantes sugeriram abordar nos quadrinhos temas como os malefícios do cigarro ou da poluição. Para dar conta do recado, as professoras começaram a estudar com as turmas. Paula admite que pouco sabia sobre o assunto e acabou adquirindo conhecimentos importantes para ajudar nas tarefas. Para Cleusa, a experiência foi ainda mais positiva. "Alertei meu aluno sobre um erro de ortografia. Ele argumentou que a aula não era de Língua Portuguesa. Respondi que para um bom trabalho, de qualquer área, é preciso escrever corretamente." Com esse projeto a turma aprendeu como a língua está relacionada a Ciências. "Trabalhar assim é compreender um século de avanço na educação", defende Menezes.

Sozinha, professora une Artes e Química
O interesse pela Química entre as classes do Ensino Médio da Escola Estadual João Roncon, em Ribeirão Pires (SP), era muito pequeno. Muitos jovens tinham dificuldades de interpretação e precisavam desenvolver o raciocínio lógico para acompanhar as aulas. "Para reverter a situação, fui buscar uma forma mais estimulante de ensinar", explica a professora Maria Clara Maia Ceolin. E foi na interdisciplinaridade que ela encontrou uma saída. "Pensei em algo lúdico e que envolvesse expressão. Nada melhor que a arte", diz Maria Clara.

Seu objetivo era mostrar como a Química está presente nos materiais utilizados pelos artistas. Antes de dar início ao projeto, a professora tentou parcerias com professores de outras disciplinas. Nem as respostas negativas nem a falta de estrutura da escola fez com que ela desanimasse. Sem laboratório, ela e os alunos buscavam água de balde e levavam para a classe. "Não desisti e decidi fazer tudo sozinha."

O planejamento incluía trabalhar com vários tipos de pigmento e estudar a evolução dos materiais. "No início, só usamos sulfite e vários tipos de carvão para desenhar", conta. Os jovens estudaram a composição do material e mais adiante a professora pediu uma pesquisa sobre a história da arte. Em uma linha do tempo, mostraram os pintores de diferentes movimentos e as técnicas e materiais utilizados desde a Antigüidade. A próxima etapa envolveu a releitura de obras utilizando tintas feitas pelos próprios adolescentes.

Maria Clara consultou livros, fez pesquisas na internet, conseguiu gravuras de quadros famosos e lançou mão de disciplinas como História e Geografia para dar suas aulas. Além de assimilar o conteúdo previsto no planejamento de Química, os estudantes se envolveram nas aulas e ainda se descobriram artistas talentosos. Tudo isso entrou na avaliação.

O sucesso foi tão grande que Maria Clara repetiu a experiência com as turmas de Ensino Fundamental e de suplência e deu oficinas na Diretoria de Ensino de Mauá (SP) para professores de Química. Com materiais simples e baratos e boa vontade, Maria Clara atingiu seu objetivo. "Acredito que abordar os conteúdos da minha disciplina com o apoio de outra área deu mais significado às aulas. O ideal seria os professores entenderem que projetos assim funcionam melhor se feitos em parceria."

MULTI, INTER E TRANSDISCIPLINARIDADE

A multidisciplinaridade acontece quando um tema é abordado por diversas disciplinas sem uma relação direta entre elas. Se o objeto de estudo for o Cristo Redentor, por exemplo, a Geografia trabalhará a localização; as Ciências tratarão da vegetação local; as Artes mostrarão por quem a escultura foi feita e por que está ali. Mas as abordagens são específicas de cada disciplina e não há interligação.

Na interdisciplinaridade, duas ou mais disciplinas relacionam seus conteúdos para aprofundar o conhecimento. Dessa forma, o professor de Geografia,ao falar da localização do Cristo, poderia utilizar um texto poético, assim como o de Ciências analisaria a história da ocupação da cidade para entender os impactos ambientais no entorno.

A transdisciplinaridade é uma abordagem mais complexa, em que a divisão por disciplinas, hoje implantada nas escolas, deixa de existir. Essa prática somente será viável quando não houver mais a fragmentação do conhecimento.

Como ensinar relacionando disciplinas
• Parta de um problema de interesse geral e utilize as disciplinas como ferramentas para compreender detalhes.

• Como um professor especialista, você tem a função de um consultor da turma, tirando dúvidas relativas à sua disciplina.

• Inclua no planejamento ideias e sugestões dos alunos.

• Se você é especialista, não se intimide por entrar em área alheia.

• Pesquise com os estudantes.

• Faça um planejamento que leve em consideração quais conceitos podem ser explorados por outras disciplinas.

• Levante a discussão nas reuniões pedagógicas e apresente seu planejamento anual para quem quiser fazer parcerias.

• Recorra ao coordenador. Ele é peça-chave e percebe possibilidades de trabalho.

• Lembre-se de que a interdisciplinaridade não ocorre apenas em grandes projetos. É possível praticá-la entre dois professores ou até mesmo sozinho.


Quer saber mais?

BIBLIOGRAFIA
Globalização e Interdisciplinaridade, Jurjo Torres Santomé, 275 págs., Ed. Artmed, tel. 0800-703 3444, 46 reais

Fonte: REVISTA NOVA ESCOLA- Maio/2005

REFLEXÃO SOBRE O TEXTO:
1)      Na sua opinião, a interdisciplinaridade é positiva para o processo educativo? Justifique sua resposta:
2)      Retire do texto uma ideia que tenha lhe chamado a atenção e justifique sua escolha:
3)      De que forma e que assuntos você sugere para que nossa escola possa trabalhar de maneira interdisciplinar?
 
FORMAÇÃO REFERENTE AO MÊS DE AGOSTO/ 2012
PRESENCIAL COM O TEMA "COTIDIANO ESCOLAR: A CONSTRUÇÃO DE VALORES PARA UMA VIDA CIDADÃ."


FORMAÇÃO REFERENTE AO MÊS DE JULHO/ 2012

Planejamento: a engrenagem da boa educação
Realizado em três esferas - rede, escola e professor -, o planejamento é o mecanismo ideal para garantir a aprendizagem                                                                               Paula Takada (paula.takada@abril.com.br)
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Mais um ano letivo começa e logo se apresenta um grande desafio: o planejamento anual. Garantir que esse momento possibilite trocas entre especialistas, gestores, coordenadores pedagógicos, professores e representantes da comunidade escolar é fundamental para que as ações previstas para o ano sejam implantadas com qualidade.

O planejamento geralmente está integrado à jornada pedagógica, que acontece entre o fim de janeiro e o início de fevereiro. Ele pode se estender por um período de três dias a uma semana. Na programação, há momentos específicos para discussões entre profissionais de três níveis: os responsáveis pela articulação do trabalho na rede, os gestores e os professores. Todos, nesse momento, ficam concentrados em antever ações que ao longo do ano letivo vão contribuir para o desenvolvimento educacional dos estudantes. A ideia é trocar informações com os pares com o objetivo de preparar uma boa recepção para os alunos.

Mas o que dever ser feito para que esse rico processo não resulte apenas em intenções, bem parecidas com promessas para o ano novo? Segundo Danilo Gandin, autor do livro A Prática do Planejamento Participativo, o planejamento é um processo vivo e não se resume ao preenchimento de quadros com planos que, sob o pretexto de serem flexíveis, nunca são praticados como foram concebidos.

Por isso, nesse processo é importante garantir que sejam seguidas três etapas: a elaboração, a execução e a avaliação. Na primeira, é necessário que o grupo explicite os ideais que norteiam suas ações. Qual realidade sonhamos vivenciar? Que tipo de pessoas formamos? Que Educação queremos para crianças e jovens? Conhecendo o desejado, é hora de analisar a realidade existente. Para que o planejamento seja realmente um instrumento de trabalho, é preciso colocá-lo em prática, ou seja, agir de acordo com o que foi imaginado. E só será possível perceber se o quadro encontrado no início do ano está sendo transformado na direção da realidade desejada se houver algum tipo de acompanhamento das ações.

Da rede saem as diretrizes para o trabalho das escolas
O planejamento da Educação na esfera das redes de ensino é o instrumento que possibilita a disseminação das políticas públicas educacionais entre os gestores, coordenadores pedagógicos e professores. Esse é o primeiro passo para que as políticas nacionais, estaduais ou municipais sejam incorporadas ao cotidiano escolar. O momento requer maior trabalho dos profissionais das secretarias em parceria com diretores e coordenadores pedagógicos.

Esse exercício macro geralmente acontece nos primeiros dias da jornada pedagógica, quando são apresentadas aos gestores as análises dos dados das últimas avaliações. Com base nelas são determinadas ações prioritárias, que vão nortear as atividades do ano. Essas ações envolvem desde a formação continuada até questões sobre currículo, expectativas de aprendizagem, estratégias de avaliação etc. O momento também serve para as equipes gestoras das escolas tomarem contato com eventuais mudanças na legislação e nas diretrizes, com o calendário oficial e com as metas da rede de ensino. O grande desafio de diretores e coordenadores pedagógicos que participam dessa etapa é levar todas as informações para ser discutidas na escola.

Também no âmbito das redes de ensino o planejamento precisa ser elaborado, executado e constantemente avaliado. Para aperfeiçoar a qualidade da Educação em Natal, o Departamento de Gestão Escolar fez um diagnóstico para verificar como os professores planejavam ao longo do ano. Por meio de entrevistas com eles e com coordenadores pedagógicos, os técnicos da secretaria constataram que educadores de uma mesma escola quase nunca se reuniam porque as horas reservadas a cada um para o trabalho pedagógico em equipe estavam alocadas em dias diferentes. Quando era necessário, as escolas liberavam os alunos e utilizavam o tempo das aulas para fazer o planejamento coletivo, prejudicando o desenvolvimento dos conteúdos.

Para mudar essa situação, a secretaria criou o programa Planejamento em Rede. "Agora, em cada dia da semana, temos um grupo de professores que não está em classe, com quatro horas reservadas para o planejamento e outras atividades", afirma Joselda Matsunae, técnica em Gestão Escolar. As escolas têm ainda uma reunião mensal na qual toda a equipe de um mesmo período se encontra.

A nova distribuição da carga horária possibilitou um trabalho mais articulado entre coordenadores pedagógicos e docentes de uma mesma disciplina vindos de escolas diferentes. "Agora, quando temos uma formação em Matemática, por exemplo, agendamos a atividade para o dia em que todos os professores da disciplina estão fora de sala", diz Joselda.

Com dois anos de existência, o programa trouxe mudanças positivas para os educadores. "Eles afirmam que fazer o planejamento com os colegas é melhor do que individualmente porque uns ajudam os outros", resume Maura Costa Bezerra, também técnica em Gestão Escolar do município de Natal. Entre os desafios que esse tipo de trabalho em rede tem apresentado, Maura destaca a necessidade de respeitar o processo de cada um, acolher os recém-chegados e, ao mesmo tempo, corresponder às expectativas dos que já participam.

É importante que no planejamento da rede as secretarias valorizem a realidade das escolas e deem condições para que as diretrizes sejam implementadas. Em Natal, foi oferecida uma formação específica para os coordenadores, que, segundo Maura, são os maiores responsáveis por um planejamento de qualidade. "Só mudar a carga horária não ia adiantar. Então, criamos uma formação de dez módulos, dos quais participaram cerca de 180 coordenadores em 2008", explica.

Para Luzineide Maria de Castro, coordenadora pedagógica da Unidade Escolar Barão de Gurguéia, em União, a 59 quilômetros de Teresina, é interessante saber das novidades e das dificuldades pelas quais as outras escolas passam. "Quando os gestores se encontram, vemos que os problemas são muito parecidos e as soluções que uma escola encontrou servem para resolver as dificuldades da nossa e vice-versa", completa.

Nessa etapa do planejamento, as equipes técnicas das secretarias municipais e estaduais se organizam para fazer oficinas pedagógicas com a participação de diretores e coordenadores pedagógicos com o objetivo de planejar a formação dos professores dos diversos níveis de ensino e disciplinas.

Qual o foco dos programas de formação a serem implantados? Que conteúdos devem ser abordados? Que textos todos os docentes precisam estudar? Dessa forma, a secretaria de Educacão garante que as orientações curriculares e as expectativas de aprendizagem cheguem a todas as escolas.
A REDE
No planejamento realizado na rede, cabe à secretaria checar as avaliações sobre suas escolas, analisar problemas como repetência e deficiência em Matemática, por exemplo, e unir esses dados a documentos para definir metas e prioridades. Com base nisso, a equipe pensa em como montar uma estrutura que permita às escolas desenvolver seus projetos. Não adianta planejar uma série de novas atividades se a secretaria não comprar os materiais necessários, prever programas de capacitação docente e horário para o planejamento coletivo.

Nessa esfera, durante a jornada pedagógica, a equipe da secretaria chama coordenadores pedagógicos e diretores para encontros com o objetivo de planejar a formação dos professores dos diferentes níveis e disciplinas. Em redes pequenas, todos se encontram na sede da secretaria. Nas grandes cidades, esse trabalho é feito em diretorias de ensino. Nos encontros, é definida a forma como as orientações pedagógicas chegarão até as escolas. É necessário considerar a realidade das comunidades atendidas para que se garantam o sucesso da implantação das ideias e, em última instância, a aprendizagem de crianças e jovens.
Coordenador é fundamental para o planejamento na escola
No momento de a escola planejar, as orientações obtidas pelos gestores nas reuniões gerais da rede são essenciais. Elas devem ser compartilhadas com a equipe, que tem ainda de resolver outras questões que dizem respeito somente à escola, como a grade horária das disciplinas, a divisão das turmas e o calendário de atividades do ano. É preciso organizar o tempo com rigor para que todas as questões sejam realmente discutidas. "Há uma tentação em gastar tempo com a resolução de problemas administrativos e burocráticos", afirma Celso dos Santos Vasconcellos, autor do livro Planejamento: Projeto de Ensino-Aprendizagem e Projeto Político-Pedagógico. Cabe ao coordenador pedagógico mediar esse processo.

Para que o trabalho do ano todo seja integrado, é essencial acolher os novos professores, dando-lhes oportunidade de também contribuir com a elaboração do plano de ações. É o momento também de compartilhar com a equipe os novos materiais adquiridos pela escola (mapas, livros, jogos) e se reorganizar de acordo com as mudanças ocorridas na estrutura física, como a construção de um laboratório de informática. A definição das regras para a utilização de um novo espaço também deve ser resolvida coletivamente. Outra tarefa prevista no planejamento é a montagem das classes, que não devem segregar "fortes" e "fracos". A diversidade possibilita melhores resultados em rendimento e em convivência.

Um instrumento que serve de guia para o planejamento anual é o projeto político pedagógico, chamado de PPP, em que estão explicitados os ideais pedagógicos da escola (leia mais aqui). Com o documento em mãos, é possível planejar ações para o ano letivo que dialoguem com esses ideais.

De acordo com uma pesquisa feita por Vasconcellos, há a descrença na utilidade do planejamento. Ele aponta que alguns professores consideram impossível dar conta da tarefa por diferentes motivos: o trabalho em sala de aula é dinâmico e imprevisível; faltam condições mínimas, como tempo; e existe o pensamento de que nada vai mudar e, portanto, basta repetir o que já tem sido feito. Há também aqueles que acreditam na importância do planejamento, mas não concordam com a maneira como é feito.

Diante desse complexo cenário, o coordenador assume o papel fundamental de organizar e conduzir o trabalho. O que está em jogo aí é a participação dos profissionais na organização de suas atividades. "O mais difícil é combinar todas as ideias. Ao mesmo tempo, é isso que deixa o trabalho mais rico", avalia Luzineide, da Barão de Gurguéia. Para que o planejamento possa ser feito com a participação de todos os envolvidos, Danilo Gandin sugere dividi-lo em três momentos: um individual, outro em pequenos grupos e, por fim, no plenário, com todos. "A etapa individual é necessária para que cada pessoa se pronuncie, tome uma posição, traga para o conjunto a riqueza do seu pensamento", afirma. Em seguida, essas reflexões individuais precisam ser discutidas em grupos e a síntese de cada um apresentada à equipe inteira.

Equipe reunida, é hora de planejar projetos institucionais que vão envolver o trabalho de professores de diferentes áreas do conhecimento. Há quatro anos, a Barão de Gurguéia desenvolve diferentes projetos ao longo do ano. "Planejamos todos eles na semana pedagógica, no início do ano", afirma Luzineide. Em 2008, a escola resolveu desenvolver um projeto sobre o trabalho escravo contemporâneo, problema que atinge a comunidade da cidade de União.

Segundo a coordenadora, os professores de Língua Portuguesa, Matemática, Ciências e História se envolveram no trabalho, que resultou num documentário produzido pelos jovens. "Tudo isso só foi possível porque os professores se dedicaram e pensaram juntos cada momento do projeto", avalia. Tão importante quanto o planejamento, em atividades como essa, são a implantação e a execução das ações planejadas e a avaliação. O acompanhamento pode ser feito a cada dois ou três meses ou até semestralmente, com todo o grupo, para avaliar os resultados das estratégias utilizadas pelo coletivo.
ESCOLA
Quando a equipe de uma escola se reúne para planejar, cabe a ela decidir os horários das aulas, os períodos de avaliação, a organização das turmas - que não deve seguir o critério de segregação de "fortes" e "fracos" - e em que sala cada uma vai ficar. É tempo também de receber os professores novatos, integrá-los à equipe e convidá-los para sugerir mudanças. Cabe ainda conhecer os novos espaços da escola - como uma quadra ou um laboratório de Ciências, que podem ser usados por todos e precisam ter uma agenda de funcionamento.

Durante o planejamento na escola, cabe ao diretor definir com a equipe os projetos institucionais a serem realizados durante o ano, bem como as formas de fomentar a participação da comunidade na escola. Já o coordenador deve montar um cronograma para que seja possível os professores se organizarem por série e disciplina, levando em consideração as avaliações do ano anterior. A integração é a palavra-chave. Se a rede determinou que o ensino de Ciências deve ser melhorado, é hora de a equipe escolar pensar em como fará isso.
Hora de o professor pensar no que fará durante o ano
Apesar de mais restrito, o planejamento do professor é tão importante quanto as demais etapas, pois ele se refere às ações que interferem diretamente no processo de ensino e aprendizagem. O momento é voltado para a organização do trabalho didático. Quais conteúdos serão trabalhados? Que estratégias pedagógicas serão empregadas? Como serão as atividades e as avaliações? Uma parte desse trabalho pode ser feita em conjunto entre os professores e outra, mais detalhada, elaborada individualmente, de acordo com as características de cada turma.

Como nas outras esferas, o planejamento dos professores também precisa se basear em avaliações ocorridas no ano anterior. Outro ponto de partida é o documento com a síntese do último planejamento, que deve ser cruzado com as avaliações. O que foi previsto no último ano e o que de fato foi realizado? Quais as expectativas de aprendizagem para cada disciplina neste ano? Mediar esse balanço é tarefa do coordenador.

A troca de informações entre professores é fundamental para dar coerência à aprendizagem ao longo da escolaridade. Para evitar a repetição de conteúdos, é necessário que os professores da mesma disciplina saibam até onde o colega conseguiu avançar no ano anterior para depois definir o que será abordado.

Além de eleger os temas a serem trabalhados, é preciso distribuí-los nos meses. Diego Miranda, professor de História do 8º ano da EE Professora Ana Cândida de Barros Molina, em São José dos Campos, a 102 quilômetros de São Paulo, define seu planejamento anual por bimestres. "Em 2008, a secretaria enviou para as escolas a cada bimestre o caderno do professor com a sugestão do que ensinar no período. Com base nesse material, planejei minhas aulas, determinando o que dar com mais profundidade."

Depois de definido "o que" e "o quando" será trabalhado, é preciso estabelecer "o como" e cada professor decide que estratégias pedagógicas irá empregar. Delia Lerner, autora do livro Ensinar - Tarefa para Profissionais, sugere que o professor utilize diferentes modalidades organizativas do ensino: projetos, atividades habituais, sequências de atividades e atividades independentes. Essas estratégias devem ser complementadas umas pelas outras. Os projetos resultam na confecção de um produto - um objeto ou uma ação, como o documentário sobre o trabalho escravo contemporâneo produzido na Barão de Gurguéia. Não há um tempo fixo. O ideal é que se estabeleça um cronograma com os alunos e todos se responsabilizem por cumpri-lo. Essa é a estratégia de ensino mais recomendada quando se trata de desenvovler textos com propósitos comunicativos.

As atividades habituais, como o próprio nome diz, buscam criar e cultivar hábitos, como a leitura de notícias em jornais e revistas. São realizadas com uma frequência regular (uma vez por semana, uma vez por quinzena), que não pode ser desrespeitada para não perder seu caráter. A sequência de atividades é a modalidade organizativa mais comum entre os professores. É um conjunto de ações que visam a aprendizagem de um ou mais conteúdos específicos. Por exemplo, estudar o que é o aquecimento global e como reduzir suas consequências.

Finalmente, as atividades independentes são situações de sistematização dos conhecimentos aprendidos durante a realização dos projetos. Elas levam esse nome porque possuem apenas propósitos didáticos e são independentes dos propósitos sociais.

Os momentos a serem planejados com mais cuidado, de acordo com o pesquisador Celso Vasconcellos, são as primeiras aulas. "Estudos mostram que a relação entre professor e aluno pode ser decidida nelas", diz (leia entrevista).

Além de ser uma ferramenta pedagógica imprescindível, o planejamento também promove a utilização mais eficiente dos recursos e do tempo na escola. Quando todos os professores decidem previamente o que vão fazer e quando, fica mais fácil organizar o uso dos espaços comuns - como laboratórios, quadras poliesportivas e biblioteca ou sala de leitura - e dos equipamentos e recursos disponíveis, como TV, aparelhos de som e DVD, mapas, jogos etc.

Segundo Vasconcellos, algumas escolas começam a inserir no seu planejamento um trabalho muito especial, que é o planejamento do aluno. "Em geral, ele não planeja e não decide seus objetivos de aprendizagem", afirma. Mesmo ciente de que as escolas estão muito longe dessa experiência, ele considera importante que os professores, coordenadores pedagógicos e gestores pensem nisso. Isso pode ser realizado por meio de pausas avaliativas, momentos em que os professores explicitam quais eram suas intenções de ensino no bimestre e os alunos se posicionam em relação a elas.
PROFESSOR
Finalmente, o foco do planejamento se fecha sobre o trabalho didático. A tarefa dos professores começa com o estudo dos resultados da avaliação realizada no fim do ano anterior, feito pelos professores e pelo coordenador pedagógico. A equipe dá atenção aos pontos que concentraram dificuldades de aprendizagem e a estratégias que funcionaram ou não. É hora, então, de escolher os objetivos gerais e os conteúdos correspondentes para pensar os projetos e as sequências didáticas.

Outra tarefa é distribuir os conteúdos de ensino e aprendizagem a ser trabalhados no período. Ao colocá-los lado a lado, por série, fica fácil ver se estão coerentes com os critérios de diversidade e continuidade. Isso é feito coletivamente para que o currículo tenha uma organização coerente. Sabendo-se o que já foi visto e o que ainda precisa ser tratado, evitam-se repetições e omissões. Sem a troca, um estudante corre o risco de participar por anos de projetos distintos com conteúdos parecidos.
http://revistaescola.abril.com.br/planejamento-e-avaliacao/planejamento/planejamento-escolar-427804.shtml
BIBLIOGRAFIA
A Prática do Planejamento Participativo, Danilo Gandin, 182 págs., Ed. Vozes, tel. (11) 2081-7944, 30 reais
Ensinar - Tarefa para Profissionais, Delia Lerner, Neide Nogueira e Tereza Perez, 406 págs., Ed. Record, tel. (11) 3286-0802, 46 reais
Planejamento: Projeto de Ensino-aprendizagem e Projeto Político-Pedagógico, Celso dos Santos Vasconcellos, 206 págs., Ed. Libertad, tel. (11) 5062-8515, 38 reais
Planejamento na Sala de Aula, Danilo Gandin, 108 págs., Ed. Vozes, 16 reais

                                                                                              PARA REFLETIR
                As questões propostas a seguir podem ser respondidas com base no texto “Planejamento: a engrenagem da boa educação”.
               
a)      Segundo Vasconcellos, Planejamento Curricular é o "processo de tomada de decisões sobre a dinâmica da ação escolar. É previsão sistemática e ordenada de toda a vida escolar do aluno". Portanto, essa modalidade de planejar constitui um instrumento que orienta a ação educativa na escola, pois a preocupação é com a proposta geral das experiências de aprendizagem que a escola deve oferecer ao estudante, através dos diversos componentes curriculares (VASCONCELLOS, 1995, p. 56).
Em sua opinião, qual a participação de cada componente curricular nas ações de planejamento elaboradas anualmente na Escola?

b)      A partir de uma reflexão sobre o texto, cabe perguntar: como estamos trabalhando, no sentido do desenvolvimento de grupos operativos, onde cada sujeito, com sua subjetividade, possa contribuir na reconstrução de uma escola de que precisamos?

FORMAÇÃO REFERENTE AO MÊS DE JUNHO/ 2012


 OS 5 Rs

Quando se fala de resíduos sólidos, ou seja, de lixo, existem as dicas dos R’s. Alguns materiais falam em 3 R’s, outros em 4 e outros em 5 R’s, afinal qual utilizar?
Antes de decidir qual conceito de R’s se aplica ao seu caso, primeiro é necessário saber o que em geral eles querem dizer:

3 R’s: Reduzir, Reutilizar e Reciclar.
4 R’s: Reduzir, Reciclar, Reutilizar e Reintegrar.
5 R’s: Reduzir, Reutilizar, Reciclar, Repensar ( ou refletir) e Recusar.

O primeiro conceito inventado e atualmente é o mais utilizado é os 3 R’s.
O conceito de 4 R’s está ligado a gestão dos resíduos.

Os 4 R's: Reduzir, Reutilizar, Reciclar e Reintegrar.
Neste conceito de 4 R’s destacamos bem a diferença entre reciclar, reutilizar e reciclar:
Reciclar: Mandar o produto de volta para o processamento após sua utilização, exemplo: latinha de alumínio volta para a indústria de latinhas;
Reutilizar: Após o uso, reutilizar o produto para outro fim, exemplo: pegar um pote de vidro vazio e usar para guardar moedas;
Reintegrar: Reintegrar o produto a natureza, ou seja, transformá-lo novamente em um recurso natural, exemplo: compostagem de resíduos orgânicos para fazer húmus e adubo
Já o conceito de 5 R’s foi adaptado para favorecer processos de Educação Ambiental, pois é um conceito mais prático e mais aplicável no nosso dia a dia como consumidores.
No seu dia a dia, pratique os 5 R’s: Reduzir, Reutilizar, Reciclar, Repensar e Recusar.

O primeiro passo é REDUZIR a quantidade de lixo que a gente produz.
Depois REUTILIZAR tudo que pudermos e RECICLAR.
REPENSAR nosso comportamento diário.
RECUSAR produtos que agridem a saúde a o meio ambiente também é colaborar com o processo de conservação.

                                                               Professor(a):
            Como educador(a), você já pratica algumas ações que, no dia a dia, podem propiciar a redução do nosso impacto sobre o planeta, melhorando a vida atual e contribuindo para a qualidade de vida das gerações futuras.
            A seguir, citamos os 5Rs da Educação Ambiental. Cada atitude abaixo, contribui na formação de um cidadão mais consciente e preocupado com o desenvolvimento de hábitos de preservação ambiental.
            Queremos, como etapa do nosso Projeto de Sustentabilidade, criar uma Campanha na Escola, que promova a disseminação de conhecimentos e estimule a prática de um consumo responsável na comunidade escolar.
Você também poderá colaborar com a organização desta Campanha na Escola. Basta contribuir com sugestões de ações práticas para cada item citado abaixo.
a)     Repensar os hábitos de consumo e descarte
b)    Recusar produtos que prejudicam o meio ambiente e a saúde
c)     Reduzir o consumo desnecessário
d)    Reutilizar e recuperar ao máximo antes de descartar
e)     Reciclar materiais


Reflexões:

Sonia:

2 texto os e R’s:
a)      Conversar com as crianças á respeito de como fazem   com o consumo de água em relação a sua casa, escola, lugares públicos e outros.
b)      Campanha com cartazes e deixar bem claro o tempo de decomposição de materiais  jogado no meio ambiente(já foi trabalhado com a turma de 6 serie) e expor no ambiente escolar.
c)       Campanha na escola com relação a má utilização da água,materiais que são jogado fora em casa, na escola e outros.
d)      Utilizar e reutilizar material de consumo em prol da natureza.
e)      Como e o que podemos fazer com o material que pensamos colocar fora. Esclarecendo os alunos através de DVD, palestras, trazer pessoas de fora para conversar e alertar os alunos a respeito do futuro. Como iremos viver se continuarmos a tratar a natureza desta forma.

FORMAÇÃO REFERENTE AO MÊS DE MAIO/ 2012

Refletindo Discursivamente sobre Escrita e Leitura
         Se elegermos o texto como fonte de linguagem dialógica, lugar onde se constroem múltiplos sentidos estaremos aproximando alfabetização e letramento, oportunizando a aprendizagem do sistema convencional da escrita, entendendo a leitura e a escrita como práticas sociais e desenvolvendo habilidades de ler e escrever.
         Segundo os PCNs, a leitura e a escrita são dois processos de aprendizagem que “devem ocorrer de forma simultânea. Um diz respeito à  aprendizagem de um conhecimento de natureza notacional: a escrita alfabética; o outro se refere à  aprendizagem da linguagem que se usa para escrever”. (BRASIL, 2009, p.27)
         É função da escola promover situações comunicativas nas quais as crianças construam-se autoras e leitoras de suas produções, socializando seus trabalhos, publicando-os e fazendo-os circular socialmente. Assim, se as crianças produzirem  poesias, seria interessante apresentá-las num sarau; se produzirem projetos científicos, organizar uma feira de ciências seria uma boa opção de socialização; se  produzirem contos ou narrações, uma tarde ou noite de autógrafos faria aflorar muitos sentidos, dentre eles: ser leitor das produções dos  colegas e sentir-se autor à medida que produz, sendo prestigiado pela turma, escola, família, comunidade, conectando a leitura e  a escrita ao contexto social.

A Construção do Leitor na  Escola
         A leitura está presente na vida cotidiana de todas as pessoas e perpassa todos os espaços sociais, sendo legitimada na escola.
         O ser leitor é uma condição inerente ao ser humano, é um exercício cotidiano. É viver o ato de ler como experiência pessoal, que vai ao encontro do desejo de compreender o mundo (BRASIL, 2009). A compreensão do mundo é o que alimenta o desejo de ler, é o que  fomenta a leitura, é o que forma o leitor.
         Edwigws Zaccur, em seu artigo “É chegada a hora e a vez do leitor”, da coleção Cursos da Casa da Leitura (2009,p.42), propõe a criação do conceito de  ser-leitor como um substantivo composto capaz de expressar essa inalienável condição humana, de ler e compreender o mundo, aprendendo como vivido [...]”. O ato de ler como uma experiência individual e social se dá quando a leitura é um processo de interação entre o leitor e o texto. Essa interação só é possível quando o leitor processa e examina o texto.
         É preciso considerar que a leitura tem sempre uma finalidade. Podemos ler  para passar o tempo, buscar uma informação, seguir instruções, realizar uma atividade, informar-se, enfim, há uma infinidade de finalidades, mas cada uma é fruto de uma experiência pessoal e social. Sobre a leitura como experiência pessoal do leitor, Sonia Kramer (2009), no texto “Leitura, experiência e formação”, nos diz que :
O leitor leva rastros do vivido no momento da leitura para depois ou para fora do momento imediato, isso torna a leitura uma experiência. Sendo mediada ou mediadora, a leitura levada pelo sujeito para além do dado imediato permite pensar, ser crítico da situação, relacionar o antes e o depois, entender a história, ser parte dela, continuá-la, modificá-la, redirecioná-la. (KRAMER, 2009,p.33-34)

         Entender a leitura como uma experiência que liga o passado ao presente,  e que pode trazer a possibilidade de pensar a experiência vivida, potencializa seu caráter humanizador.
         Ser-leitor é uma necessidade em sociedades como a nossa, que supervaloriza o ter e que se apresenta, muitas vezes, de forma desumana e desigual. Percebemos que cada vez mais é preciso humanizar os espaços sociais nos quais estamos inseridos e acreditamos que a leitura pode ser, sim, uma forma de humanização.
         Acreditamos que a formação do leitor deve ter início já na educação Infantil e continuar ativamente nos primeiros anos de escolarização, perdurando por toda a vida, pois não nascemos leitores e nossa habilidade leitora deve ser aperfeiçoada continuamente.
         Compartilhar leituras e oferecer oportunidades para as crianças descubram os encantos da leitura como uma forma de arte, capaz de torná-las mais críticas, sensíveis e criativas, é a grande contribuição que a escola pode dar. Nesse sentido, o professor é um ótimo exemplo de leitor, podendo socializar e compartilhar.
         Só aprender a ler não garante a formação do leitor. A formação do leitor se dá à medida que acontece um encontro do leitor com o texto, o leitor ultrapassa a decodificação e constrói sentidos, interpretando o texto e ampliando a leitura.
         Para Solé (1998, p.32), “ o processo de leitura deve garantir que o leitor compreenda o texto e que pode ir construindo uma ideia sobre seu conteúdo, extraindo dele o que lhe interessa, em função dos seus objetivos.”
         Indo além, a leitura precisa ultrapassar a dimensão dos textos e atingir a vida, permitindo que se leia o mundo, conforme argumenta Freire (1997, p.79):

A leitura e a escrita das palavras, contudo, passa pela leitura do mundo. Ler o mundo é um ato anterior à leitura da palavra. O ensino da leitura e da escrita da palavra a que falte o exercício crítico da leitura e da releitura do mundo é, científica, política e pedagogicamente, capenga.

         A partir da reflexão  acerca da formação do leitor e do papel da leitura na escola, gostaríamos de tomar a formação do leitor como ponto de partida para repensar a sua história como leitor, afinal, você é ou será um formador de leitores, um promotor de leitura na escola.

         Texto retirado do Livro: Letramentos Múltiplos na Alfabetização
         Autoras: Nice Ewald Lenzi  e Rosangela Cristina Machado Bertram
Programa de Pós-Graduaçã EAD UNIASSELVI – PÓS

LIVROS SUGERIDOS PARA LEITURA QUE COMPLEMENTAM O TEMA TRATADO QUE TEMOS NA ESCOLA:
A criança de 6 anos, a linguagem escrita e o ensino fundamental de nove anos: orientações para o trabalho com a linguagem escrita em turmas de crianças de seis anos de idade/ Francisca Izabel Pereira Maciel, Mônica Correia Baptista e Sara Mourão Monteiro (orgs.) Belo Horizonte: UFMG/FaE/CEALE, 2009;
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e linguística. São Paulo: Scipione, 2009;
FILHO, José Nicolau Gregorin. Literatura Infantil: múltiplas linguagens na formação de          leitores. São Paulo: Editora Melhoramentos, 2009;
KRAEMER, Maria Luiza. Jogando e aprendendo a redigir com criatividade. São Paulo: Paulus, 2008;
KRAMER, Sonia. Alfabetização, leitura e escrita: formação de professores em curso. São Paulo: Ática, 2010;
SEBER, Maria da Glória. A escrita infantil: o caminho da construção. São Paulo: Scipione, 2009;
SOUZA, Renata Junqueira de (Org.). Biblioteca escolar e práticas educativas: o mediador em formação. SP: Mercado de Letras, 2009.


QUESTÕES RELACIONADAS AO TEXTO:
a)          A leitura está presente em nossa vida em diferentes contextos. Para alguns, talvez esse encontro tenha sido promovido pela família, acontecido em uma biblioteca ou em uma sala de aula. E para você, que papel a leitura desempenhou ou desempenha em sua vida? Como se deu esse processo de tornar-se um leitor em sua vida?
b)          É função da escola promover situações comunicativas nas quais as crianças construam-se autoras e leitoras de suas produções. Refletindo sobre essa afirmação, quais as atividades podem ser trabalhadas em seu componente curricular que promova o objetivo citado acima?
c)          Você acha que a escola e os professores contribuem para o processo de formação de leitores? Por quê? De que forma a escola / professores podem favorecer a formação de leitores?
d)          Segundo Paulo Freire, a leitura precisa ultrapassar a dimensão dos textos e atingir a vida permitindo que se leia o mundo. Qual a relação do ser-leitor com a ideia dessa afirmativa?
e)          Conforme o texto, só aprender a ler não garante a formação do leitor. Faça uma relação dessa afirmação com o seu cotidiano em sala de aula.

Reflexões:

Sonia:
a) A leitura desempenhou significado  em minha vida no momento em aprendi o significado das palavras em relação ao cotidiano do dia a dia. Saber os significados das palavras é saber as suas utilidades .Tornei-me uma  leitora, não assídua,  no momento em que o letramento foi colocado aos poucos  com os seus símbolos e significados.
b) Trabalhar muito bem o significado do desenho, letra, numero,silabas, palavras. Colocar adesivos com o nome dos objetos e sempre incentivar e encorajar as crianças com relação a diferenciação de letras e números.Trabalhar muito bem este item.
c) Sim. No momento em que o professor leu um livro, mostrou as cenas e solicitou que cada criança comentasse o significado dos desenhos este aluno já esta lendo através da proposta solicitada. Promover um cantinho da leitura, colocar adesivos na sala de aula, para que o aluno já se cinta familiarizado com o ambiente que o cerca.Sendo assim o aluno já esta descobrindo o mundo das letras e números.
d) Ser leitor é quando a professora permite uma leitura mais ampla, trazendo de casa; textos, figuras. Rótulos e mesmo o aluno não estar sabendo ler silabas, palavras e números, mas sabe o significado.
e) O aluno precisa ler e entender o que esta lendo.Explicando o significado das palavras, figuras e textos.

FORMAÇÃO REFERENTE AO MÊS DE ABRIL/ 2012
PRESENCIAL COM O TEMA "AVALIAÇÃO NO DIA-A-DIA DA ESCOLA"


FORMAÇÃO REFERENTE AO MÊS DE MARÇO/ 2012
PRESENCIAL COM O TEMA "PLANEJAMENTO DA AÇÃO DIDÁTICA E O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA ESCOLA.

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